Professora conclui tese sobre características da linguagem das pessoas que vivem no interior de São Paulo

O prefeito Anderson Prado recebeu em seu Gabinete a professora doutora Lívia Carolina Baenas Barizon, na manhã desta segunda-feira, 9. Lívia, que é professora na Cooperelp, em Lençóis Paulista, acaba de publicar uma tese pela Universidade de São Paulo, na qual pesquisou características da linguagem das pessoas que vivem no interior de São Paulo, termos que estão caindo em desuso entre os jovens, bem como a convergência entre o vocabulário do galego (falado na Galícia, uma região do Norte da Espanha próxima à fronteira com Portugal) e o do português que é falado na região do Médio Tietê. Lívia recebeu uma Moção de Congratulações da Câmara de Vereadores pelo trabalho desenvolvido. Lívia esteve acompanhada da professora Renata Rossi Paulino, que é coordenadora de Ensino Fundalmental na Cooperelp.

“É um orgulho saber que temos uma profissional tão valiosa atuando em Lençóis Paulista. Quando fiquei sabendo sobre essa pesquisa, fiz questão de conhecê-la pessoalmente. Um aspecto da tese que acho maravilhosa é justamente a convergência do português com o galego. Eu tenho profunda admiração e respeito por nossa língua, nosso vocabulário do interior. É nossa riqueza e nosso patrimônio histórico e cultural. Pesquisas como a da Lívia ajudam a preservar esses aspectos e conhecer melhor a nossa história. Parabéns pela iniciativa”, resumiu o prefeito Anderson Prado.

A pesquisadora explica que o estudo teve a participação de moradores de Capivari, Itu, Piracicaba, Pirapora do Bom Jesus, Porto Feliz, Santana de Parnaíba, Sorocaba e Tietê, cidades historicamente muito importantes no movimento das bandeiras paulistas e que seguem o fluxo do rio Tietê (antigo Anhembi). Para realizar a pesquisa, a professora se concentrou em palavras que descrevem partes do corpo humano. Com auxílio de um questionário composto por perguntas e imagens, ela entrevistou pessoas de três faixas etárias para saber como eles se referem a cada parte do corpo e perceber se determinada palavra é mais utilizada por jovens, adultos ou idosos. Seguindo esse método, o estudo verificou a frequência relativa de 85 termos – e quais as variações possíveis para cada um deles.

Um dos objetivos da pesquisa era mostrar a convergência entre o vocabulário do galego e o do português que é falado na região do Médio Tietê. Muito semelhante à nossa, a língua galega é falada na Galícia, uma região do Norte da Espanha próxima à fronteira com Portugal. Das 85 palavras pesquisadas do galego, 70 também foram encontradas no vocabulário dos entrevistados do interior de São Paulo, o que demonstrou a semelhança entre os idiomas.

“Agradeço ao prefeito Anderson Prado e todo apoio que tenho recebido em Lençóis Paulista para divulgação do trabalho. Acredito que é preciso haver um movimento de valorização do linguajar do interior do Estado de São Paulo, antes que sua riqueza se perca, devido ao aumento da escolaridade e influências das mídias sociais”, conclui Lívia.