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12/07/2021 10h55

Cidade celebra 118 anos de nascimento de Orígenes Lessa

Grafite produzido pelo artista plástico Cristiano Paccola destaca a criação da BMOL e o seu patrono, o escritor Orígenes Lessa

Imortal, jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta com inúmeros prêmios conquistados, Orígenes Lessa é um dos filhos mais ilustres de Lençóis Paulista. O município celebra nesta segunda-feira, 12, os 118 anos de seu nascimento, em 1903.

Filho de Vicente Temudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Temudo Lessa, Orígenes ocupou a Cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras (ALB), sendo eleito no dia 9 de julho de 1981, na sucessão de Osvaldo Orico e foi recebido pelo Acadêmico Francisco de Assis Barbosa em 20 de novembro de 1981.

A Biblioteca Municipal Orígenes Lessa é uma homenagem ao escritor por sua contribuição e incentivo na formação de gerações de leitores no município e no país. Atualmente a BMOL possui um acervo de mais de 160 mil livros, sendo considerada uma das maiores bibliotecas públicas do Interior.

Em São Luís do Maranhão, Orígenes permaneceu até os nove anos, acompanhando o pai em suas atividades como missionário. Um dos seus romances Rua do Sol foi inspirado em suas experiências na infância. Volta para São Paulo em 1912 e ingressa com 19 anos, em um seminário protestante onde permanece por dois anos.

Chega ao Rio de Janeiro em 1924, onde realiza um curso de Educação Física e atua como instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Neste período inicia suas atividades no jornalismo, onde publica seus primeiros artigos na seção “Tribuna Social-Operária” de O Imparcial.

No Diário da Noite de São Paulo publicou em 1929, sua primeira coleção de contos, “O Escritor Proibido”. Posteriormente publicou “Garçon, garçonnette, garçonnière”, recebendo menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e “A cidade que o diabo esqueceu”.

Mesmo com sua intensa atuação e produção literária, participou ativamente em 1932, da Revolução Constitucionalista. Foi preso e transferido para o Rio de Janeiro. Na prisão escreveu “Não há de ser nada” que tratava sobre a Revolução e “Ilha Grande”, jornal de um prisioneiro de guerra. Os trabalhos o projetaram nos meios literários. Ainda em 1932, passa a atuar como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências de publicidade.

Em seu retorno à atividade literária produz a coletânea de contos “Passa Três”, e em seguida, a novela “O joguete” e o romance “O Feijão e o sonho”, conquistando com essa obra, o Prêmio Antônio de Alcântara Machado. Com a obra, Orígenes obteve um sucesso extraordinário e décadas mais tarde, foi adaptada pela televisão como novela.

Foi redator na NBC (Estados Unidos) nos programas irradiados para o Brasil em 1942. De volta ao Rio de Janeiro em 1943, reúne no volume “Ok, América”, as reportagens e entrevistas produzidas nos Estados Unidos. Publica também novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, publica obras de literatura infanto-juvenil, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros.

Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance O feijão e o sonho; Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance Rua do Sol; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance A noite sem homem; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance O evangelho de Lázaro.

BMOL

A Biblioteca Municipal Orígenes Lessa, foi criada por Zanderlite Duclerc Verçosa em 10 de Abril de 1960 (Lei Municipal nº 448). O apoio de seu patrono, o escritor Orígenes Lessa, foi fundamental para o enriquecimento da biblioteca e graças a ele houve também a colaboração de muitos escritores nacionais, além da população, na doação de livros. Orígenes Lessa como um dos pioneiros da publicidade no Brasil (uma das profissões do escritor), lança junto aos amigos e escritores, um desafio em acordo com o prefeito da época que consistia no volume de doações e nomes de rua: quem doasse livros daria seu nome para alguma avenida, rua ou beco o que determinaria para qual a via a receber o nome seria o volume de exemplares da doação: “Quem doar mais livros virará nome de avenida, quem doar menos, rua e quem doar pouco, Beco”, brincava Orígenes. Dessa forma surge no início dos anos 1980 o bairro dos escritores ou Cecap, onde suas ruas levam os nomes dos doadores de livros.

Em 1983, Lençóis realiza a primeira Caravana Literária ocasião em que o acadêmico Orígenes Lessa e outros escritores integrantes da Academia Brasileira de Letras visitaram a cidade.

Nesta data, o escritor Pedro Bloch, admirado com a enorme quantidade de volumes existentes na biblioteca, que em comparação com o número total de habitantes era maior, deu a ideia de um slogan: Lençóis Paulista Cidade do Livro, formalizado por meio do decreto nº 50 de 22 de setembro de 1984.

Em 1986, a BMOL realizou a Semana Literária e uma nova Caravana Literária foi organizada e na ocasião, integrava também a caravana o então Presidente da República José Sarney.

Investimentos

O prefeito Anderson Prado destaca a relevância de Orígenes Lessa para Lençóis Paulista. “Realmente Orígenes Lessa deixou uma marca que jamais poderá ser apagada em Lençóis Paulista. Com imensa generosidade incentivou e promoveu a cultura e literatura, realizando as caravanas dos escritores e diversas ações que enriqueceram nossa Biblioteca Municipal que, com toda razão, leva seu nome. A cultura, junto com a educação, são as bases para o desenvolvimento sustentável e um futuro cada vez mais promissor para Lençóis Paulista. E viva a Cidade do Livro e, num futuro, a Capinal Nacional do Livro”, disse.

“A Secretaria de Cultura realiza investimentos permanentes, executando melhorias das instalações da BMOL, além da aquisição de novos livros que são incorporados ao acervo da biblioteca. Neste ano, lembramos os sessenta anos de criação da BMOL e instalação no atual prédio, por meio de um grafite produzido pelo artista plástico Cristiano Paccola. Mesmo com a pandemia retomamos o atendimento aos usuários da biblioteca com protocolos de saúde. Temos um dos acervos mais ricos e completos das bibliotecas públicas, e vamos continuar realizando o trabalho de preservação de todo esse material, garantindo o acesso aos lençoenses do acervo da BMOL”, explicou o maestro Marcelo Maganha, secretário de Cultura.

Orígenes Lessa faleceu no dia 13 de julho de 1986 e seu túmulo pode ser visitado no Cemitério Municipal Alcides Francisco.

Bibliografia

O escritor proibido, 1929.

Garçon, garçonnette, garçonnière, 1930.

A cidade que o diabo esqueceu, 1931.

Não há de ser nada, 1932.

Ilha Grande, 1933.

O sonho de Prequeté, 1934.

Passa Três, 1935.

O feijão e o sonho, 1938.

Ok, América, 1945.

Omelete em Bombaim, 1946.

A desintegração da morte, 1948.

Rua do Sol, 1955.

Oásis na mata, 1956.

João Simões continua, 1959.

Balbino, o homem do mar, 1960.

Histórias urbanas, 1963.

A noite sem homem, 1968.

Nove mulheres, 1968.

Memórias de um cabo de vassoura, 1971.

Sequestro em Parada de Lucas, 1972.

Memórias de um fusca, 1972.

Napoleão ataca outra vez, 1972.

A escada de nuvens, 1972.

Confissões de um vira-lata, 1972.

A floresta azul, 1972.

Beco da fome, 1972.

Getúlio Vargas na literatura de cordel, 1973.

O evangelho de Lázaro, 1972.

O mundo é assim, Taubaté, 1976.

É conversando que as coisas se entendem, 1978.

Um rosto perdido, 1979.

Inácio da Catingueira e Luís Gama, dois poetas negros contra o racismo dos mestiços, 1982.

Tempo quente na floresta azul, 1983.

A voz dos poetas, 1984.

Mulher nua na calçada, 1984.

O edifício fantasma, 1984.

O índio cor-de-rosa, evocação de Noel Nutels, 1985.

 

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