Palestra “A escola e as conexões que facilitam o processo de aprendizagem” reúne 600 profissionais da Educação

Cerca de 600 profissionais, professores, coordenadores e diretores da rede municipal de Ensino de Lençóis Paulista e do Centro Municipal de Formação Profissional se reuniram no Teatro Municipal Adélia Lorenzetti, na manhã de quinta-feira (2), em início de planejamento e para uma palestra organizada pela diretoria de Educação, cuja finalidade principal foi entender o funcionamento do cérebro nas conexões que facilitam o processo de aprendizagem dos alunos. A diretora Neusa Carone fez a abertura do encontro e o prefeito Anderson Prado falou aos presentes antes do início da palestra.

Roberta e Taís Bento, palestrantes, são pedagogas com especialização em neurociência e foco na aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro, pela Universidade da Califórnia e em Aprendizagem Cooperativa pela Universidade de Minessota (EUA).

Segundo Roberta e Taís, que são mãe e filha, a proposta foi mostrar aos educadores que ações simples em sala de aula podem proporcionar uma grande mudança na qualidade da aprendizagem.

“O que fazemos é ajudar o professor a entender as mudanças que a vida moderna trouxe para a rotina das famílias e como isso impactou no processo de aprendizagem. Nosso foco é proporcionar que o professor consiga fazer pequenas mudanças na sala de aula, que vão gerar um alto impacto na capacidade de assimilar os conteúdos por parte dos alunos”, explicou Roberta.

“Os professores estão se esforçando, mas têm a sensação de que o trabalho está sendo perdido. Isso, porque algumas habilidades que os alunos precisam para aprender em sala de aula, antes, eram desenvolvidas na rotina da família e hoje não são mais desenvolvidas automaticamente, então os alunos vão para a escola sem essas habilidades, o que torna mais difícil a eles aprenderem e para o professor dar aula”, completou Taís.

“A capacidade de foco, concentração, senso de responsabilidade e a paciência são habilidades que não estão sendo desenvolvidas na rotina em casa e estão fazendo falta quando o aluno chega à sala de aula. Este seria o momento de aplicar as habilidades, mas como elas não estão sendo desenvolvidas, o professor precisa criar um momento para ajudar o aluno a despertar essas capacidades para que possa prestar atenção na aula e assimilar o conteúdo. É um trabalho que fazemos com pais e professores. Além de cobrar da escola, os pais precisam saber qual o papel que não estão exercendo. Às vezes, os pais até tentam, mas não têm consciência do que está faltando”, afirmou Roberta.

As palestrantes criaram um site “Socorro, o meu filho não estuda” e lançaram um livro com mesmo título, onde dão dicas práticas para orientações aos pais, professores e alunos. A página é atualizada semanalmente, tendo mais de 200 mil acessos mensais, além das reportagens em revistas de educação e diversas entrevistas na mídia.

Para a diretora de Educação Neusa Carone, houve uma mudança radical na formação e educação de nossas crianças. “A escola sendo uma organização aprendente necessita que seus profissionais tenham conhecimento de novas práticas, experimentando e refletindo sobre as causas que levam a falta de atenção, baixa capacidade de concentração e desinteresse pelo conteúdo, pontos comuns entre alunos nos dias de hoje”.

De acordo com a diretora, trazer essas informações, com embasamento científico, são importantes para auxiliar e facilitar a prática do professor na sala de aula. O grande desafio é como encontrar o equilíbrio entre a disputa travada diariamente: a tecnologia como aliada no processo ensino/aprendizagem e a tecnologia que literalmente consome a capacidade de concentração de nossos alunos.