Prado cria órgão municipal para tratar da causa animal

O prefeito Anderson Prado (Rede) criou a Coordenadoria de Proteção Animal, subordinada à diretoria de Saúde de Lençóis Paulista, que irá gerenciar todos os assuntos ligados à causa animal no município, incluindo o controle do Canil Municipal. A criação de um departamento específico para cuidar dessa causa integra o Plano de Governo do então candidato Prado. “É um desafio, porque não havia nada parecido funcionando no município. Tudo o que tiver relação com animal na cidade, estará sob a responsabilidade da coordenadoria”, afirmou Milena Mileski, ex-voluntária e ex-presidente da Associação Protetora Amigos dos Animais, que assumiu, esta semana, suas funções como coordenadora.

Inicialmente, Milena acredita que será necessário resolver problemas pontuais do Canil Municipal, até que o prédio, que vem sendo construído na Unidade de Serviços (Distrito Empresarial) e que abrigará também o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) fique pronto. “A ideia é melhorar a qualidade do ambiente de trabalho para surtir efeito na qualidade do atendimento dados aos animais, que permanecem lá e nos que são atendidos pelos veterinários”, explicou.

Buscar recursos para o setor, através de leis e convênios disponíveis nas demais esferas governamentais, também será papel da coordenadoria. “Vou me dedicar a conhecer a legislação e ver onde e como é possível buscar esses recursos, já que agora enquanto órgão público isso é possível”, afirmou.

A coordenadora também pretende adequar, com ajuda das equipes da prefeitura, a Lei Municipal de Maus Tratos Animal, criada em 2011, e que apesar de entrar em vigor em 2015, possui problemas de execução, segundo Milena.

Por ter sido durante anos voluntária e presidente da Associação Protetora dos Animais, Milena acredita que terá facilidade para desempenhar as atividades da coordenadoria. “A ONG desempenha um papel fundamental, que na verdade era o poder público que deveria ter desempenhado até agora. Mas, com a criação da coordenadoria é um momento especial, por que poderemos trabalhar em parceria, mas com divisão de tarefas. Acredito que pode ser um casamento perfeito entre a ONG e a coordenadoria. Precisamos das castrações e a ONG, por ser uma entidade não governamental tem algumas facilidades que a prefeitura não teria. Isso vai permitir que políticas públicas para a causa animal sejam desenvolvidas”, avaliou.

Atualmente, a Associação recebe repasse de recursos da Prefeitura e faz em média de 40 a 50 castrações de animais fêmeas por mês, enquanto o Canil faz castrações de animais machos.

Ainda no primeiro semestre deste ano, a coordenadora planeja desenvolver uma campanha de conscientização quanto à posse responsável de animais. “Existem focos de animais e situações isoladas na cidade quanto aos cães, então a captura para a castração fica mais fácil, mas com gatos é mais difícil, devido à dificuldade de captura. Por isso, estamos avaliando desenvolver uma campanha, mas vamos precisar da ajuda da população”, adiantou.

Embora tenha consciência das dificuldades que enfrentará, devido à novidade do serviço, Milena está confiante com o novo departamento. “Estamos no começo do trabalho enquanto órgão público. Então, a gente espera a compreensão da população, pois o trabalho começou a ser feito, mas ainda pode levar algum tempo para que os primeiros resultados apareçam, por que como é um trabalho que nunca existiu, precisamos ver os problemas, encontrar as causas e achar soluções, e isso demanda um pouco de tempo para acontecer”, avaliou.

A primeira verba que a coordenadoria deve receber é resultado de uma emenda que já estaria aprovada, feita pelo deputado Ricardo Izar, no ano passado, de R$ 200 mil, que será destinada, de acordo com a Milena, para a obra do novo canil.