Preocupado com chuva, Prado anuncia medidas contra enchente

O prefeito Anderson Prado (Rede) anunciou nesta terça-feira (10) as medidas para amenizar os efeitos da chuva e evitar uma nova enchente como a que ocorreu em janeiro de 2016. Desde o dia 2 e janeiro o prefeito tem feito reuniões com pessoas do setor público e privado para definir as medidas que poderiam ser tomadas de forma imediada já que a temporada de chuva começou. Tendo isso em vista, por orientação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Lençóis, formado por técnicos de toda região, Prado autorizou a instalação de pluviômetros nas microbacias do Rio Lençóis, solicitou o rebaixamento de duas represas na região e também mudou a composição da Defesa Civil do município.

“Nós não podemos permitir que o que aconteceu em janeiro de 2016 se repita. No entanto, a solução definitiva depende de obras que obviamente não tivemos tempo de fazer, afinal assumimos o mandato há 10 dias. O que procurei fazer desde o meu primeiro dia de governo foi buscar soluções para amenizar os danos, se vier a acontecer, e, principalmente, alertar a população sobre uma possível enchente. Não seria responsável de minha parte dizer que não estou preocupado com a chuva e a situação que vivemos, mas posso garantir, especialmente àquelas pessoas que perderam tudo no ano passado, que estamos fazendo tudo que está a nosso alcance para livrá-las desse sofrimento”, declarou o prefeito.

Por meio das equipes do Saae (Serviço de Água e Esgoto de Lençóis Paulista), Prado ofereceu apoio técnico e logístico para que as EMP (Estações de Medições Pluviométricas) fossem instaladas em 10 propriedades rurais ao longo da bacia do Rio Lençóis. O sistema está monitorando o volume de chuva que caiu em pontos específicos nas cidades de Agudos, Borebi e Lençóis Paulista.

Para se ter uma ideia, o sistema já monitorou a chuva forte que ocorreu entre segunda e terça-feira desta semana. Na nascente do Rio Lençóis, em Agudos, choveu 55 milímetros, na Serrinha, choveu 63 mm, no Ribeirão da Anta, em Borebi, choveu 71,5 mm, no Faxinal, em Lençóis, choveu 44 mm. O maior volume deste dia ocorreu na região do Ribeirão da Prata. Foram registrados 81 mm de média em dois pontos que são coletados dados.

Segundo o Comitê, a coleta de dados vai permitir cruzar as informações consolidadas de chuva com os dados meteorológicos do Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas) da Unesp Bauru. Ou seja, saber o que já choveu e o que está previsto chover e acompanhar isso ao longo do tempo. O objetivo é que o sistema informe com o prazo mínimo de 6 horas a possibilidade de uma nova enchente para que a Defesa Civil possa iniciar o procedimento de evacuação nas áreas de risco.

RESERVATÓRIOS

Outra medida que foi tomada nesta semana, também por orientação do Comitê, foi o rebaixamento do nível de dois reservatórios de água em Lençóis Paulista. São eles, a represa do Castelhano, que pertence à Usina Barra Grande e o Lago da Prata. O objetivo é reduzir o volume de água desses reservatórios para que, em época de chuva, eles possam receber de forma segura essa água e evitar que ela chegue rapidamente ao Rio Lençóis. Segundo os especialistas, uma das causas das enchentes são esses cursos de água que deságuam no Rio Lençóis e provocam o seu “represamento”. Sem ter como continuar seu curso, a água do Rio começa a fluir no sentido contrário da correnteza e subir seu nível, provocando o alagamento de área baixas.

Na segunda-feira (9), o procedimento de rebaixamento do Lago da Prata foi iniciado por volta das 10h e finalizado às 17h. Com a abertura das comportas, o Lago baixou 40 centímetros, o que ajudou a absorver parte da chuva que ocorreu entre segunda e terça-feira. Ainda de acordo com o Comitê, o objetivo era ter reduzido até um metro o nível do Lago da Prata, mas para isso seriam necessários 7 dias. O ideal era que o procedimento tivesse sido feito em dezembro, de forma gradativa.

Prefeitura cria Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil

No processo de reestruturação da Defesa Civil de Lençóis Paulista, o prefeito Anderson Prado (Rede) publica nesta quarta-feira (11) um decreto executivo que cria o Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil, que pretende envolver agentes públicos, empresas e sociedade civil para tratar das questões relacionadas a prevenção de desastres naturais.

Esse sistema será formado por três órgãos: I) Órgão Central, formado por seis membros indicados pelo prefeito e subordinados diretamente a ele; II) Órgão Setorial, composto por servidores de todas as áreas da prefeitura que podem dar apoio técnico e humano em caso de necessidade; III) Órgão de Apoio, composto por representantes da sociedade civil, que venham a prestar ajuda, como empresas, associações, clubes de serviços, entre outros.

O Órgão Central, principal entidade do novo Sistema de Proteção Municipal de Proteção e Defesa Civil, será composto por seis membros. Para presidir o novo órgão, Prado convidou o comandante da 5ª Companhia da Polícia Militar de Lençóis Paulista, capitão Juliano Xavier. O prefeito afirmou que resolveu fazer o convite porque a Polícia Militar, juntamente com o Corpo de Bombeiros, são, na sua opinião, as autoridades mais capacitadas para fazer evacuações em situações de desastres naturais, como é o caso de uma enchente. “Eles fizeram trabalho primoroso na última enchente e tenho certeza que são as pessoas mais capacitadas para comandar esse trabalho”, declarou Prado.

INFOGRÁFICO

A composição do Órgão Central da Defesa Civil vai ficar assim:

Presidente: capitão Juliano Xavier

Vice-presidente: engenheiro Evandro Dalben

1º Secretário: ambientalista Sidney Aguiar

2º Secretário: diretor Administrativo Raílson Rodrigues

Membro Executivo: Tenente Tiago Zortetto

Membro Executivo: 1º Sargento Sabatini

Membro Executivo: 2º Sargento Marcos Paulo

Membro Executivo: 2º Sargento Bergamasco