“Projeto Flauta” contagia alunos na Escola Bianchini

Já faz seis anos que a professora Elisete Terezinha Diegoli Paccola se dedica ao “Projeto Flauta” na Escola Municipal Professor Edwaldo Roque Bianchini. A iniciativa motiva os alunos e garante o brilho no olhar dos pais a cada nova apresentação. Clássicos como “Parabéns a você”, “Nona Sinfonia de Bethoven”, “Asa Branca” e “Noite feliz” emocionam a todos ao surgir dos sopros ritmados dos alunos em posse da flauta doce.

A ação é desenvolvida sempre com os quintos anos, durante as aulas de artes. “No começo é uma vez por semana, e o interessante é que eles passam a esperam ansiosos por esse dia”, conta a professora. O aprendizado parte do singelo primeiro contato com o instrumento até chegar à plena capacidade de ler as notas musicais e fazer música com a flauta.

Aos poucos aquele som que inicialmente começa a soar estridente como um apito, o qual chega a ser motivo de piada entre a própria turma, com o tempo se aperfeiçoa, torna-se claro, ritmado e contagia toda a comunidade escolar. Em meio a esse processo, os alunos ganham benefícios que incluem a conquista de mais autoestima e até o descobrimento da paixão por essa forma de arte.

A aluna Nicole Vitória Costa Manuel, de 10 anos, por exemplo, já deixa claro a todos que quer ser musicista. “É que eu sinto uma coisa boa quando a professora ensina a gente e fico muito feliz em mostrar o que eu sei tocar para os alunos da escola e para as pessoas que vêm aqui”, explica. “Quando eu crescer quero trabalhar com música”, ressalta.

Aprendizado multidisciplinar

De acordo com a professora, além de desenvolver o repertório musical dos alunos, o projeto favorece muitas outras áreas da aprendizagem. “Trabalha a língua portuguesa porque a criança lê a música, interpreta e a entende. Desenvolve a matemática porque ela tem que contar o tempo, já que a música tem fração de tempo. Desenvolve história e conhecimentos gerais, porque a criança passa a conhecer vários estilos de música, vários autores, contemplando música erudita, música regional e música contemporânea. Também trabalha a autonomia da criança, o raciocínio, a memorização e até a parceria”, explica.

Quando chega o final do ano, a turma que participou do projeto se apresenta à comunidade e os intensos aplausos sempre completam a cena. “Para mim é um orgulho muito grande olhar pra cada um e ver o fruto do meu trabalho”, comenta a professora Elisete. “Vejo crianças que eram muito tímidas melhorarem muito a autoestima com o passar das aulas e deixarem de ter medo de se apresentar em público. E percebo que isso impacta até no bom desenvolvimento de toda a parte pedagógica”.