Seminário busca fortalecer rede contra a violência doméstica

O trabalho de prevenção à violência doméstica e proteção de suas vítimas foi tema de seminário realizado em Lençóis Paulista na noite da última terça-feira, 19 de março, no Lions Clube. A iniciativa é da Diretoria de Saúde e tem como meta fortalecer a rede que atua no município, com apoio dos agentes e demais profissionais que atuam no serviço público.

O evento contou com representantes da Polícia, Assistência Social, Saúde e Conselho Tutelar que atuam no combate à violência e no âmparo de suas vítimas. Representantes de órgãos como a Vigilância Epidemiológica, Saúde Mental, Polícia Civil, Cras (Centro de Referência em Assistência Social), RAIS Mulher, explicaram o trabalho que realizam.

"Tudo que nos for apresentado, tudo que pudemos conhecer, que não seja esquecido hoje. Que aconteçam outros encontros, outros eventos com os agentes, para que todos tenham cada vez mais instrumentos de trabalho. Que possamos conhecer mais para atuar melhor. E vamos buscar o que ainda nos falta", resumiu a prefeita Bel Lorenzetti.

Um dos principais objetivos do evento é a capacitação dos agentes de saúde. Estes profissionais estão em contato direto com a população e são capazes de perceber esses tipos de perturbação no ambiente doméstico. Além disso, eles entregarão cartilhas aos lençoenses que explica o que caracteriza a violência e as formas para denunciá-la.

De acordo com o coordenador do projeto Saúde Sim, Violência Não, a Diretoria atua na prevenção de doenças transmissíveis, mas também passa a olhar para problemas sociais como a violência doméstica como uma questão de saúde pública. "As doenças não-transmissíveis afetam a saúde pública de uma forma considerável", resumiu. Assim como ocorre com outros males, a melhor política é a prevenção.

As principais vítimas de violência doméstica, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatíca) são mulheres entre 18 e 29 anos. A rede também atua para combater abusos sexuais contra crianças e adolescentes.

O diretor de Saúde, Márcio Santarém, lembrou que a rede de prevenção e proteção vem crescendo e se fortalecendo ano após ano. "Desde 2009, que foi quando iniciamos o registro dessas ocorrências pela Vigilância Epidemiológica, vimos um número crescente de casos. Este é um indício de que a rede está funcionando bem, por meio da delegacia, do Judiciário, da Assistência Social, da Saúde. É um indício de que as pessoas estão denunciando. Aquele ditado que 'em briga de marido e mulher não se mete a colher' não funciona mais. Nós temos que intervir sim. Dentro do protocolo, com discrição mas temos que oferecer apoio e tratamento para essas vítimas".