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04/03/2013 14h28

Por uma educação integral

(Artigo de autoria de Lucinara Barbosa, diretora de Educação de Lençóis Paulista)

Impossível iniciar uma reflexão sobre a crescente valorização da ideia de uma educação integral sem mencionar a necessária diferenciação entre esta noção e a de uma educação em tempo integral.

Trata-se de falar em uma formação integral do indivíduo, no primeiro caso, e de ocupação ampliada de tempo na escola, no último. Não que uma coisa não possa estar relacionada a outra, mas uma discussão séria sobre o tema exige enfrentar algumas questões como: ampliar o tempo de permanência das crianças na escola visa sua formação integral ou o preenchimento do tempo com mais atividades, de cunho escolar ou não, a fim de mantê-las ocupadas e distantes da rua?

A grande questão, portanto, é o que se pretende com isso? E quais as implicações dessa discussão para o currículo escolar?

A concepção de uma educação integral visa a formação de pessoas aptas a exercerem sua plena cidadania. O autor Gimeno Sacristán, por exemplo, há mais de uma década afirmava que as novas expectativas que vêm recaindo sobre a escola, atreladas ao que se define como uma “concepção globalizadora da educação”, trazem exigências para o currículo moderno que, além das áreas clássicas do conhecimento, deem noções de higiene pessoal, educação para o trânsito, educação sexual, educação para o consumo, que fomentem determinados hábitos sociais, que previnam contra as drogas, que se abram novos meios de comunicação, que respondam às necessidades de uma cultura juvenil com problemas de integração no mundo adulto, que atendam aos novos saberes científicos e técnicos, que acolham o conjunto das ciências sociais, que se preocupem com a deterioração do ambiente, etc.

Atender às exigências crescentes, a ampliação e multiplicidade de temas e linguagens consideradas socialmente importantes, torna cada vez mais difícil delimitar as possibilidades do trabalho educativo escolar e contemplar equilibradamente as demandas na seleção e composição do currículo da escola básica. Discutir currículo é, sob qualquer perspectiva, responder à seguinte questão: o que queremos que se tornem as crianças e jovens expostos ao processo de escolarização?

Vale retomar o documento que resultou dos trabalhos da Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Educação, da ONU, para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), “Aprender a ser: a educação do futuro”. No texto destaca-se o que se pode entender como educação integral, na perspectiva da comissão responsável pelo relatório:

“A partir de agora a educação não se define mais em relação a nenhum conteúdo determinado que se trata de assimilar, mas concebe-se, na verdade, como um processo de ser que, através da diversidade de suas experiências, aprende a exprimir-se, a comunicar, a interrogar o mundo e a tornar-se sempre mais ele próprio. A ideia de que o homem é um ser inacabado e não pode realizar-se senão ao preço de uma aprendizagem constante, tem sólidos fundamentos não só na economia e na sociologia, mas também na evidência trazida pela investigação psicológica”.

Sendo assim, a educação tem lugar em todas as idades da vida e na multiplicidade das situações e das circunstâncias da existência. Retoma a verdadeira natureza que é ser global e permanente, e ultrapassa os limites das instituições, dos programas e dos métodos que lhe impuseram ao longo dos séculos.

 

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Tags: educação, integral.

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